quarta-feira, 30 de julho de 2008

Cientistas descobriram, com a contribuição de astrônomos amadores,
um sistema solar distante mas muito similar ao nosso, de acordo
com um estudo publicado nesta quinta-feira pela revista Science.

As primeiras observações levaram à descoberta de dois planetas
em órbita em torno de uma estrela distante cerca de 5 mil anos-luz,
e que parecem ser versões menores de nossos planetas Júpiter
e Saturno.
Apenas 25 sistemas solares de vários planetas foram
registrados até hoje, mas é a primeira vez que é descoberto um
parecido com o nosso, ressalta o principal autor do estudo, Scott Gaudi,
da Universidade do Estado de Ohio (norte dos Estados Unidos).
"É como uma versão em escala reduzida de nosso sistema solar",
explicou em uma entrevista por telefone.


Estes planetas estão em órbita em torno de uma estrela "menor, mais
fria e menos brilhante que o Sol", eles estão mais próximos desta
estrela do que Júpiter e Saturno do Sol e são um pouco mais frios,
acrescentou. "Nada sabemos sobre eles, a não ser a sua massa",
explicou.
Um deles representa cerca de 70% a massa de Júpiter, e o
outro, 90% a de Saturno. Estão mais de mil vezes mais longe da Terra
do que a estrela mais próxima. A existência destes dois planetas foi
revelada quando sua estrela passou diante da órbita de uma estrela
mais distante. Isso aumentou conseqüentemente a luminosidade da
estrela mais remota, refratada pelos campos gravitacionais dos dois
planetas.
Gaudi e sua equipe determinaram a massa desses dois
planetas baseando-se nos cálculos sobre a mudança de luminosidade,
um fenômeno chamado microlente gravitacional. Mas o fenômeno
pôde apenas ser observado em um período de duas semanas, final
de março e início de abril de 2006; Scott Gaudi e seus companheiros
pediram ajuda a todos que pudessem coletar observações.


Eles foram auxiliados pela cooperação de astrônomos amadores do
hemisfério sul e de profissionais de 11 observatórios de todo o mundo:
Chile, Tasmânia, Nova Zelândia, Ilhas Canárias, Israel e Estados Unidos.


"Foi mais um esforço de coordenação do que de tecnologia", segundo
Scott Gaudi. Mesmo que muitos astrônomos amadores utilizem os
pequenos telescópios "que têm em suas salas, a localização é mais
importante para nós" que o tamanho, explicou. Ora, "para ver o centro
da galáxia, é preciso estar no hemisfério sul".


Jenny McCormick de Auckland, Nova Zelândia, ficou feliz por ter
contribuído. "Como um astrônomo amador que atua em seu jardim no
fim do mundo com um pequeno telescópio, como descrever
verdadeiramente o fato de fazer parte de uma descoberta tão
importante e apaixonante? É fantástico!", escreveu entusiasmado em
uma mensagem enviada por correio eletrônico.


Quanto à questão de se há vida nestes planetas, ela é quase
impossível, pois "estão longe demais de sua estrela", considera Gaudi.





Fonte:Site Terra